Go to Top

O Ensino de Habilidades de Vida na Prevenção Primária em Saúde Mental na Adolescência: Avaliação de uma Intervenção Grupal Psicoeducativa (2006-2007)

Os transtornos emocionais, como depressão, e comportamentais, como transtorno de conduta, produzem um impacto considerável para a saúde do adolescente e para a sociedade. Por isto, programas preventivos e de promoção de saúde tornam-se urgentes. Programas de habilidades de vida têm sido descritos na literatura como uma estratégia de prevenção em saúde na adolescência, dada sua correlação com um melhor ajustamento psicossocial e melhor desempenho acadêmico. O presente estudo visa descrever o processo e resultados alcançados em um Programa de Habilidades de Vida para uma amostra não-clínica de adolescentes. Pretende ainda gerar um manual para a preparação de psicólogos e outros profissionais para condução de grupos psicoeducativos, replicação e disseminação deste programa em novos contextos de atenção à saúde do adolescente. Será usado um delineamento quase-experimental, com grupo experimental e grupo controle. Os participantes serão 400 adolescentes, entre 12 e 14 anos, recrutados em escolas públicas, dos quais 200 serão designados para grupos psicoeducativos para ensino de habilidades de vida e 200 participarão de uma oficina de teatro.

Serão conduzidas 16 sessões, com duração de 90 minutos, totalizando 24 horas de intervenção. Serão discutidos os temas autoestima, autoeficácia, observação de pensamentos e sentimentos, reestruturação de crenças irracionais, comunicação assertiva, relações de amizade e familiares, resolução de problemas, manejo de estresse, tomada de decisão, riscos à saúde associados ao gênero, diferenciação entre riscos para o crescimento pessoal e riscos vazios, enfrentamento a riscos à saúde, lócus de controle interno e a busca de recursos para crescer e resiliência e enfrentamento ao estresse. Estes temas serão trabalhados por meio de técnicas cognitivo-comportamentais, incluindo ensaio comportamental, relaxamento, exposição dialogada, reestruturação cognitiva, solução de problemas, modelagem, tarefas de casa e discussão de obras literárias voltadas para a adolescência. Psicólogos irão atuar como facilitadores dos grupos, e serão previamente treinados, por meio de estudo teórico, exposição direta ao procedimento em um grupo vivencial e de testagem do procedimento, observação em vídeo de um terapeuta de grupos atuando em grupo psicoeducativo e supervisão. A avaliação do programa consistirá na aplicação de medidas de autorrelato antes e após a intervenção e no registro anedótico de relatos emitidos durante as sessões acerca da prática de habilidades aprendidas no programa, adesão ao tratamento e (in)satisfação em relação à intervenção. Como resultados finais deste estudo, são esperados ganhos relativos ao desenvolvimento e avaliação de um programa potencialmente útil no campo da prevenção em saúde mental na adolescência, ganhos para o ensino e formação de terapeutas de grupos psicoeducativos e ganhos para a disseminação desta nova tecnologia para contextos de atenção primária à saúde do adolescente.

Equipe: Sheila Giardini Murta, Francimara Azevedo Borges, Danilo Cruvinel Ribeiro, Eliana Porto Rocha, Jordana Calil Lopez Menezes e Mariana de Moraes e Prado