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Transição para a Aposentadoria: Produção Científica, Preditores de Ajustamento e Desenvolvimento de uma Intervenção Baseada em ACT e Princípios Evolucionistas.

A população mundial está cada vez mais velha: 12% das pessoas estão acima dos 60 anos de idade, um aumento de 50% desde 1950. Isso significa que mais gente está se aposentando e que a duração da aposentadoria é maior, cerca de ¼ da vida. Essa tendência já dura décadas e não dá sinais de arrefecimento; por isso, investir na aposentadoria equivale a investir em uma vida mais longa e melhor. Apesar da relevância dessas mudanças, a pesquisa em aposentadoria ainda enfrenta questões importantes. Por exemplo, a aposentadoria faz bem ou faz mal para a saúde física? E para o bem-estar? Em relação ao desenvolvimento de intervenções, há desafios persistentes. Por exemplo, desde a década de 40, os pesquisadores reconhecem a carência de programas de preparação para a aposentadoria. No entanto, ainda são escassos os programas cuidadosamente desenvolvidos e testados. Outra lacuna relevante é a identificação dos preditores de ajustamento à aposentadoria: apesar de dezenas de estudos sobre dezenas de fatores distintos, ainda temos pouca clareza sobre quais e quão efetivos são esses preditores de ajustamento. Por isso, este estudo tem o objetivo de (a) analisar a produção científica em aposentadoria, identificando áreas que precisam de mais pesquisa; e (b) desenvolver uma intervenção de preparação para a aposentadoria baseada na terapia de aceitação e compromisso e na formação de grupos autossutentáveis. O primeiro objetivo será alcançado por meio de análises de redes de coautoria e de palavras-chave na produção de artigos científicos em aposentadoria, além de uma revisão sistemática dos preditores de ajustamento em aposentadoria. O segundo objetivo será alcançado por meio do desenvolvimento de uma intervenção guiada por valores, que utiliza princípios evolucionistas para formar e desenvolver grupos cooperativos e autossustentáveis. Espera-se que o cumprimento desses objetivos ofereça duas contribuições importantes: em primeiro lugar, o mapeamento da produção científica indicará o que já sabemos, permitindo reduzir pesquisas sobre fenômenos já conhecidos e aumentar a investigação de fenômenos pouco compreendidos. Em segundo lugar, uma nova intervenção de preparação para a aposentadoria amplia o restrito conjunto de programas adequadamente avaliados, favorecendo a promoção de uma vida na aposentadoria com maior qualidade.

Equipe: Leonardo Martins Barbosa e Sheila Giardini Murta