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Desenvolvimento Positivo e Saúde Mental de Crianças: uma Revisão Sistemática de Estudos Brasileiros (2011-2013)

A saúde mental de crianças, no Brasil, é uma área que carece de investimentos no que tange à prevenção e à promoção. A abordagem do Desenvolvimento Positivo oferece um modelo de intervenção e de atuação que pode contribuir para preencher essa lacuna. A presente pesquisa objetiva conduzir uma revisão sistemática das publicações científicas brasileiras relacionadas às intervenções promotoras de desenvolvimento positivo voltadas para crianças, seus pais ou cuidadores, e/ou seus professores. Para tanto, foram desenvolvidos dois artigos teóricos e uma revisão sistemática. O primeiro artigo apresenta os conceitos de saúde mental, prevenção, promoção e fatores de risco e proteção e um panorama das políticas públicas brasileiras na área da saúde mental com foco em crianças e adolescentes. Por fim, são apresentados aspectos que podem ser modificados visando a melhora da saúde mental dessa população. Ressalta-se a importância de o país investir na prevenção e na promoção da saúde mental, visto que seu foco principal tem sido o tratamento de portadores de trantornos. O segundo artigo descreve a origem, a definição, o embasamento e o impacto que essa nova abordagem provoca na área da prevenção em saúde mental. Ademais, discute a inserção dessa nova abordagem no Brasil, incluindo seus desafios e potencialidades. O terceiro artigo é uma revisão sistemática de intervenções brasileiras que focam na promoção de desenvolvimento positivo em crianças. Buscou-se analisar as características destas intervenções, os métodos de avaliação usados e seus resultados. Foram encontrados 4.184 estudos. Desses, 16 foram incluídos na revisão. Os resultados indicam um predomínio de delineamentos quase-experimental (43,75%) e de crianças, como público-alvo das intervenções (7 em 16). Elas promoveram principalmente competência social (50%) e a competência emocional (43,75%). Em relação ao formato, as intervenções eram, em sua maioria, semanais, com duração entre 6 a 20 sessões. Quanto aos instrumentos de avaliação, predominaram o uso de escalas. Os resultados desses estudos indicam importantes contribuições da abordagem do Desenvolvimento Positivo. Porém, para que ela seja disseminada no Brasil são necessárias ações que incluem mudanças nos programas de intervenção, nas políticas públicas e na cultura. Dentre elas, melhorias metodológicas dos programas; a contemplação da prevenção e da promoção da saúde mental nas políticas públicas; e mudanças culturais, que vejam as crianças como protagonistas em seu desenvolvimento e compreendam que seu crescimento ocorre por meio das relações que elas apresentam nos contextos de que participam.

Apoio: CAPES (Bolsa Mestrado).

Equipe: Jordana Calil Lopes de Menezes e Sheila Giardini Murta