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Modelo de Intervenção Breve para Planejamento da Aposentadoria: Desenvolvimento e Avaliação (2010-2012)

Os programas de preparação para a aposentadoria apresentados na literatura são usualmente longos. Realizou-se um estudo longitudinal com o objetivo de desenvolver e avaliar efeitos de uma intervenção breve e inovadora para planejamento da aposentadoria. Participaram de uma intervenção grupal 41 servidores públicos, com idade entre 22 e 60 anos. Destes, dez participantes integraram todas as etapas de avaliação do estudo. A intervenção teve a duração de três horas e foi fundamentada no Modelo Transteórico de Mudança, na Teoria do Comportamento Planejado e no Modelo de Implementação de Intenções. Os procedimentos usados correspondem aos princípios ativos de intervenções breves, denominados FRAMES: Feedback, Responsabilidade, Aconselhamento, Menu de opções, Empatia e Autoeficácia. Foram conduzidas três sessões de monitoramento, decorridos dois, quatro e onze meses após a intervenção. Foram utilizados como instrumentos Questionário Sociodemográfico, Escala de Mudança em Comportamento de Preparação para Aposentadoria – EMCPA, Técnica de Completamento de Frases, Roteiro de Entrevista Individual, Sistema de Categorias Verbais para Observação de Relatos Espontâneos e uma Escala de Satisfação. Para análise dos dados qualitativos, aplicou-se a análise de conteúdo. Na análise dos dados quantitativos, empregou-se o Método JT.  A avaliação de satisfação indicou que a intervenção foi percebida como favorecedora de emoções positivas, novos conhecimentos, mudança de comportamento e interação grupal. Os participantes manifestaram satisfação com a interação entre os colegas e com as estratégias utilizadas e insatisfação com número reduzido de encontros e uso repetido de instrumentos de medida. Uma análise qualitativa das intenções de comportamentos produzidas pela intervenção revelou intenções relacionadas às atividades em ocupação, saúde, rede social, finanças e planejamento inespecífico. Foram identificados relatos de transição entre os estágios de preparação e ação, sobretudo em saúde. Análises por meio do método JT, aplicadas aos dez participantes que concluíram o estudo, revelaram mudanças mais expressivas no fator investimento em autonomia e bem estar, com mudanças positivas confiáveis em cinco dos participantes, e resultados menos robustos no fator investimento ocupacional social, com mudança positiva confiável em um participante. Conclui-se que a intervenção breve favoreceu mudanças cognitivas, motivacionais e comportamentais em indicadores relevantes para a adaptação à aposentadoria. São discutidas limitações e propostas para novos estudos.

Equipe: Cristineide Leandro-França, João Luís Negreiros, Marina Pedralho, Rochelly Carvalhedo, Miriam Bratfisch Villa, Fabio Iglesias e Sheila Giardini Murta